Tuesday, October 19, 2004

Mudez profunda
Fatalmente expias uma marcha devastadora
Silêncio místico
Serves-me um compasso de rubros incêndios
Onde jazem ossadas assustadas dos teus ecos
Fraca e mutilada, imprimo um grito cortante
Mas neste escuro labirinto, ninguém me ouve…
E esta negra vertigem da vida anuncia-me a profundeza da miséria da vida
Sopro fatal da poeira dos jazigos

Coração débil de risos adormecidos
Espírito inanimado de sons confusos
Numa ansiedade tortuosa de olhos dilatados
Transviaste-me do mundo dos vivos
Roubando-me aquilo que de mais sagrado possuía
A minha dignidade…



JULIANA R.S.ALVES